Uma cadeira de balanço!
Você vê uma cadeira de balanço…linda né?
Mas o que eu vejo quando olho pra ela na minha sala, é muito mais do que isso.
Quem me deu essa cadeira foi uma paciente muito querida. Eu quando a atendia, sentava muitas vezes nessa cadeira, e ela um dia disse: Quando eu morrer, essa cadeira fica pra você!
Eu já a atendia há anos, e todo ano ela dizia que não ia fazer aniversário porque ia morrer antes. E eu dizia que ia demorar muito para essa cadeira vir pra mim.
Esse dia chegou, e a cadeira veio! Em maio ela faleceu! Mas eu quero contar um pouco da história dela e de tudo o que ela me ensinou.
Com seus 93 anos, essa querida sempre teve muita vontade de viver! Todos os dias que eu chegava para a nossa sessão, era uma história nova.
“Vou trocar de carro!”
“Vou mudar de casa! Tem uns apartamentos ótimos na rua tal.”
“Olha aqui o que eu comprei ontem!”
“Eu quero ir pra França!”
“A gente precisa ir pra Aparecida!”
“Minha família precisa ir pra igreja!”
“Quer o meu computador? Ele não serve mais pra mim, preciso de outro!”
“Vamos almoçar no Fashion?”
“Você tá de carro? Quer que eu te deixe em casa?”
“Você precisa aprender acupuntura, eu gosto é de agulha!”
E a minha frase preferida: “Eu amo a fisioterapeuta mas detesto fisioterapia!”
Dizia que ia pro céu e eu dizia que ela ia passar uns dias no purgatório. Agora me pego pedindo a Deus pra ela ter ido direto pro céu como planejava.
Ela me amava, eu a amava também, e ainda amo!
Ela era uma força da natureza! Uma vontade de viver como poucas que eu vi. Ela queria conhecer coisas, sabia que ainda tinha muito a ser visto e vivido.
Na cama do hospital, já bem debilitada, em uma das minhas visitas ela me mostrou um prédio que dava pra ver do quarto e disse: “Acho que quero ver um apartamento naquele prédio. Eu não quero mais morar onde eu tô morando! Aquele prédio parece ótimo!”
E a gente contando os dias dela aqui.
Enfim… fez planos e sonhou até o fim! Dirigiu até pouco tempo atrás, só parou porque a família interviu quando já estava muito perigoso; quando começou com a dificuldade de andar subiu numa cadeira motorizada e ia pela rua nos deixando apreensivos. Foi rebelde, em muitos momentos só fez o que quis, mas quando o calo apertava fazia o que precisava ser feito!
E no fim, quando o corpo já não respondia a toda essa vida que ela tinha, e ela não se conformava com as limitações, se foi deixando muita saudade e um lugar que é só dela!
Deixou pra mim uma lição, balançando aqui na sala pra eu nunca esquecer. Enquanto estamos vivos, vamos viver! Temos muito o que fazer, conhecer, aproveitar! Sorrir! Comemorar!!
Quis dividir com você pra te lembrar disso também, e porque ela merece ser lembrada com tudo o que representou enquanto esteve aqui!
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